segunda-feira, 22 de julho de 2013

Valência

Depois de chegar em Valência, me esbaldei com a mobilidade, a Estació Del Nord, está conectada com a estação de metrô Xábia, que leva diretamente ao Aeroporto, onde tinha que reaver minha bagagem, que não chegara no mesmo vôo.

A grande sensação das cidades bem servidas por metrô, é que nos proporcionam um primeiro contato único, brotamos do solo, subimos ao térreo com os olhos cheios de curiosidade, como pássaro que acabou de sair da casca do ovo. Ao mesmo tempo, tento me localizar, buscando o nome das ruas que compõe a rota até o hotel. Mesmo tendo estudado o curto trajeto a pé entre estação e hotel, com a ajuda do googlemaps, nada tira a experiência de viver a rua, ver as pessoas. (Não, não uso o "street view" para não comprometer essa primeira emoção).

Destaco, que dois dias antes, experimentei o "mesmo só que diferente", na verdade, um outro ângulo ao sair de metrô do aeroporto, até a estação mais próxima da estação ferroviária Joaquín Sorolla, de onde seguiria a Castellón de La Plana,  a mesma Valência, mas numa outra primeira vez, "eso me encanta".

Depois de instalado, banho tomado, começo a trilhar as redondezas, até deparar-me com um restaurante Sagardí, rede de bares de tapa, onde escolhemos "las tapas y pinchos" no balcão, e pagamos depois somando os palitos.

Nesse passeio, já avistei a padaria para "desayunar", bar de saladas, casa de sucos, ou seja, muito bem servido e localizado entre a área moderna e casco histórico.

Castéllon - Valencia: relato de um "longo" regresso

Estação de Ônibus - Castellon 
O "FIBer" pede para a recepção do hotel acordá-lo do cochilo às 9h30 da manhã. Cochilo, não há outra classificação para o repouso de quem apaga às 6h00 e levanta pouco mais de 3 horas depois.

Mas apesar do cansaço, estava com muita disposição, afinal ao levantar às 9h30, eu tinha tempo suficiente de fechar a mochila, encerrar a conta, atravessar a rua e me apresentar na plataforma da estação com 15 minutos de antecedência para o trem das 10h15. Acordei animado para usufruir das comodidades que uma boa estrutura de transporte oferece.

Estação de Trem - Castellon
Dispensei o café da manhã do hotel, só peguei a garrafa de água mineral, contando com uma viagem de aproximadamente 50 minutos até Valência. Quando cheguei à estação fiquei sabendo que o acesso à plataforma só ocorreria 10 minutos antes da chegada do trem, o que foi ocorrer quase às 11h00. Tempo em que fui bebendo calmamente minha água (1,5L) .

O atraso tornou o embarque mais concorrido do que eu imaginava, mas entrei e demorei um pouco para localizar minha poltrona, só que não, não havia marcação, embarquei em outro trem, seguia para o mesmo destino, mas estava em outro veículo.

Como se tratava de uma viagem sem paradas até Valencia, caso algum fiscal viesse cobrar, eu apenas poderia resolver o problema no destino. Foi quando constatei que realmente estava no trem errado, que ao contrário da viagem de ida, o percurso seria cheio de paradas pelo caminho, para não dizer TODAS as paradas!

Os sonhados 50 minutos de percurso transformaram-se em no mínimo 1h15, pelo menos até o momento em que eu consegui atentar, pois cada vez que passava um fiscal, eu olhava para o relógio, tentando prever a frequência de suas rondas e torcendo para não ser abordado.

Quando digo que houve um momento em que parei de acompanhar o tempo, me refiro ao fato de que aquele 1,5 litro d´água  calmamente ingerido durante o atraso do trem, precisava sair. Parada após parada, eu respirava fundo, mexia o pé num ritmo qualquer afim de distrair a bexiga.

Algumas paradas depois, já não consegui mais ficar sentado e fiquei em pé no vagão, comecei uma tímida, mas não menos ridícula e infinitamente angustiada coregrafia: pézinho pra frente, pézinho pra trás, temperada de suor frio.

Nada melhor nessas horas, do que botar foco em algo útil para distrair,como por exemplo a rota entre o trem e o banheiro da estação, que já tinha utilizado dias antes, na ocasião do embarque. Até que finalmente chegamos a Valencia, mas não na mesma estação!

Sair correndo do vagão para exatamente "não sei onde" foi desesperador,  olhando para cima, buscando uma salvadora plaquinha "baños" ou "servicios", WC, ou coisa que o valha. Até que ouvi uma voz feminina "que hermoso estás, tengo que hablar a tu suerte" - era uma espécie de benzedeira com uns raminhos de planta na mão. Eu só pude responder "mi suerte? hoy no esta!". Ela por usa vez, praguejou algo que não era a localização dos banheiros.

Com todo respeito a Santo Expedito, que intercede nas causas urgentes, quem me salvou mesmo foi San Miguel, a cervejaria da estação, onde descobri um lavabo no limiar do sufoco.

Depois do alívio, tranquilizei. Tanto que o tempo parecia correr em camera lenta, calmo para um bom café com tosta, e fotografar a fachada da estação.
A tentação era de sair já caminhando e conhecendo as redondezas, mas antes era necessário ir (de metrô!) até o aeroporto reencontrar a bagagem e aí sim me entregar a Valencia!

ufaaaa....


    

sábado, 20 de julho de 2013

Fui um "FIBer" por duas noites!



Depois de enfrentar uma diversidade de meios de transporte, finalmente desfrutava de clima de festival em pleno verão, pulseirinha-ingresso no braço, eu já estava um "FIBer" pronto para duas noites de concertos.

Quando me interessei sobre o FIB - Festival Internacional de Benicassim, além da grade de atrações, outro fator bem atraente foi a página do evento na internet:  http://fiberfib.com/index.php/en/programacion/cartel

Laureado como "Best Overseas Festival - UK 2012", ou seja, o festival "além-mar" preferido dos britânicos. Considerando que o Reino Unido está constituído em ilhas, quase tudo que acontece fora de seu território acaba rolando "overseas". Inicialmente achei que a informação conceituava o evento, chegando lá minha opinião mudou um pouco.

Ao pedir comida ou bebida falando español com meu sotaque gringo, já me respondiam em inglês, nada contra o idioma, porém uma vez na Espanha, prefiro o idioma local, ¿vale?
Mas é incontestável que o fluxo de turistas ingleses era forte, e que grande parte deles se comportava alí, como jamais se comportaria em casa.

Fora isso, a estrutura era muito boa, com três palcos, uma tenda com som ao vivo mais intimista e outra com música eletrônica, farra garantida!


A 19ª edição do festival, que correu risco de não ser realizada devido ao panorama econômico na Espanha, contou com 4 noites de música, mas as acomodações do acampamento já estavam disponíveis aos mochileiros desde o fim de semana anterior.

Em duas noites foi possível assistir as ótimas performances de Arctic MonkeysThe Killers e Kaiser Chiefs, e conhecer Azealia BanksWoodkid, a banda catalã Dorian entre outros inéditos para mim.

  


Para uma cidade praiana, Benicassim possui poucos hotéis, já lotados com muita antecedência do festival, restando opções de hospedagem nas vizinhas Orpesa del Mar ou Castellon de la Plana. Preferi a segunda como cidade dormitório, por possuir hotéis colados à estação de trens, e também dispunha de transfers para o espaço do festival saindo da frente do hotel.







DETALHES PRÁTICOS DO FIB

TRANSPORTE ENTRE VALÊNCIA e CASTELLON DE PLANA: http://www.renfe.es
HOSPEDAGEM em CASTELLON DE PLANA: http://www.hotelluz.com/
INGRESSOS PARA O FESTIVAL: http://fiberfib.com/index.php/es/entradas



FESTIVAIS DE VERÃO? COMO CHEGAR? QUER MESMO SABER?

Enfim férias...
Depois de uma sexta-feira corrida, a certeza de ter nove horas para relaxar antes de encarar a diversão programada já para o primeiro dia.

O que não estava programado, era o atraso na chegada de Damião de Góis, como fora batizado o avião da TAP.

Duas horas poderiam significar, chegar em Lisboa, mas perder a conexão para Valência, de lá o trem para Castellon de la Plana, e então o transfer para (ufff!) Benicassin. A esta altura do texto, realmente você deve estar perguntando: Beni-quem? Fazer o que lá?


Tudo começou quando houve uma determinação para que um dos meus períodos férias fosse tirado em julho. Idéia que primeiramente encarei com resistência - além dos preços, o fluxo em qualquer destino turístico, seja no hemisfério sul ou norte, verão ou inverno, sempre será concorrido.
Então ativei o "status Poliana" e tratei de exercitar a conformação, e enxergar logo um lado positivo, ou atrativo para fazer valer o ócio.

Acabei concluindo que seria uma ótima oportunidade para descobrir eventos, festas que aconteçam num mês que evito sair de férias. 
Assim, cheguei ao http://www.musicfestivaljunkies.com/ , uma página de pesquisa especializada em festivais de música, com opções de seleção por gênero, artista, mês e localidade. Foi o bastante para encontrar dois eventos muito interessantes na Espanha.
Das bandas escaladas para os dois festivais, as principais se apresentaram no Lollapalooza de São Paulo em abril passado, e na ocasião não me atraíram de maneira suficiente a vencer a preguiça que tenho da equação Garôa+Jóquei = Lama, apesar de muito interessado, declinei pensando "porque não fazem esse festival no Verão ou na beira da praia"?
Aí o "Poliana Mode ON" entrou em estado de alerta, não sei se numa pegada "leia os sinais" ou quem sabe algo como "seus pobremas acabaru" mesmo:
        - Putz, as bandas do Lollapalooza na praia e no verão! Acho que mereço isso!

Voltando à sala de embarque, todo esse processo de tomada de decisão (e investimento) estava nas mãos, ou melhor, nas asas de Damião de Góis e seu piloto. Depois de mais de 8 horas de vôo tranquilo, não bastasse o atraso, a "aterragem de Damião" em Lisboa foi em posição remota, o que significa "pegar condução depois da condução". Saí voado, passei pela imigração, que surpreendentemente não demorou muito, e corri para o portão de embarque, ou melhor ao outro ônibus que levaria ao próximo vôo.

Se eu consegui chegar a Valência conforme planejado, minha bagagem não contou com o mesmo sucesso. 
Revoltado? Nenhum pouco, afinal não precisaria arrastar a mala via metro e trem até Castellon de La Plana, só com a mochila já é uma vantagem, e ficar por 2 dias com a "muda" de roupa de emergência que sempre levo na bagagem de mão, não seria nenhum sacrifício, considerando a sorte de ter chegado a tempo, e que a bagagem aguardaria meu retorno a Valência.

Só festejei por conseguir coroar da forma planejada a sequencia: 
avião>ônibus>aeroporto>ônibus >avião>aeroporto>metrô>trem>shuttlebus>Noite de Rock!