sexta-feira, 24 de junho de 2011

JARDINS, CHUVA E NOITE (sábado 18'Jun)

Sabadão, ao contrário dos dias anteriores, foi nublado, chuvoso e frio, de sair empacotado mesmo, poderia ser o dia perfeito para conhecer um ou mais museus da Muselsinsel (ilha dos museus), claro, não fosse o fato de todos os turistas presentes na cidade compartilharem do mesmo plano.

Assim, munido de um recém adquirido guarda chuva, fui conhecer os jardins do Rei Frederico em Postdamer (do mesmo jeito que se escreve Postdamer Platz, do centro) localidade atendida pelo sistema de transporte público.










"Sans Souci" em francês mesmo, siginifica "sem preocupação" ou "no stress", não apenas o nome, a inspiração foi toda em Versailles. Ao contrário do jardim francês, aqui não se paga nada para conhecer, e a área é muito, muito grande. Ficaria muito mais, não fosse a chuva, mas consegui registrar uma casa de chá, alguns patos daqueles que a gente vê mais em filme, e as
vinhas da propriedade que crescem nos patamares do jardim principal.

mais fotos do jardim em:

Voltando ao centro de Berlin, fiz um lanche rápido e aproveitei o fim de tarde para conhecer o DDR, museu que mostrava dados curiosos, sobre o cotidiano dos "alemães orientais". Tudo é contado de forma leve e bem humorada, quase todo interativo, inclusive com a experiência de
dirigir um simulador do TRABIS, carro econômico, "um prodígio" para não dizer outra coisa, sucesso de vendas (era o único disponível no mercado, quando disponível), em resposta ao sucesso do fusca.









(acima as especificações técnicas do Trabis e o tradicional semáforo para pedestres, com o bonequinho de chapéu)

Dia bem passeado e visitado apesar da chuva, chegou a hora de ver o que a noite de sábado oferece em Berlin. Muita coisa na verdade, mas neste sábado Murphy (aquele da lei famosa), resolver me acompanhar na balada, e não consegui conhecer tudo que pretendia.

Inicialmente me dirigi ao KitKatClub - muito alternativo, bem louco, mas que fora vendido, e apesar do novo negócio parecer ter o mesmo perfil, era reinauguração, festa fechada.

Parti para segunda opção o Berghaine, que funciona num prédio onde funcionava uma antiga geradora de energia, o fato é que às 2h45 da manhã a fila quilométrica ao vento cortante, junto com o fato de a casa fazer a famosa seleção na porta, me fizeram declinar, afinal a noite corria, logo logo seria dia e daí...

Uma hora só entra mulher, outra hora só mulher em dupla, outra só trio uma mulher dois homens, tudo muito aleatório, e se chegasse a minha vez na fila e não fosse a hora de entrar homem avulso? obs.: quem tinha cabelo roxo, estivesse fantasiado de anjo, meninas de bailarina, entravam mesmo.

O Plano C, estava próximo, difícil foi achar, às margens do rio, uma casa chamada Maria, um portãozinho de nada, só achei devido ao GPS! Salve o Google Maps no Droid!

O lugar na verdade parecia uma tapera, com ótimo som, muito eletrônico, jazz e eletrobossa (gostei!) Mas como o sol já raiava, tava na hora de tentar um gran finale.
O Rotten Rose, fácil de achar, pelo som que vinha da porta, se fosse pela placa na porta...
Pense numa penteadeira de puta adoravelmente fantasiada de árvore de natal, ou algo assim... um lugar pequenino, você sobe uma escada e já da de cara com o balcão, e é obrigado a ir entrando no local, que conta com um sofa e uma salinha no fundo. As paredes e teto forrados com pelúcia, candelabros, santinhos, 0 lugar apropriado para a saideira, e muita gente alí parecia estar só começando.

E valeu chegar até alí, voltar para casa com o sol alto (por que ele já tinha aparecido horas atrás), os relógios lembrando que horas eram, lembrando que pelo horário o café da manhã do hotel já estava servido, e cama para recarregar!

terça-feira, 21 de junho de 2011

ONIBUS TURÍSTICO (sexta 17'JUN)



Depois de dois dias andando por conta do guia e das pesquisas feitas na internet, resolvi adquirir um bilhete de tour panorâmico em onibus com fone de ouvido, o escolhido tinha um "plus a mais" do tour por barco pelo rio Spree.
Aproximadamente hora e meia de duração, e eu teria informações adicionais a respeito de tudo que foi visto nos dias anteriores, ali sentadinho apenas virando o pescoço, podendo repetir a volta até o fim do dia, descer e subir ilimitadamente, pois em dois dias de muita caminhada, as bolhas começaram a aparecer.

A vantagem é que também poderia pegar uma carona até a Siegsseule, já que apesar de avistada dos Portões de Brandenburgo, a caminha é longa e o sol estava forte na minha sexta Berlinense.

Subir no mirante abaixo da estátua, é ter uma vista panorâmica de Berlin e por fim conhecer um pouco mais do gigantesco Tiergarten.

Depois de completada a volta de ônibus, ainda passeei a pé, por alguns pontos interessantes do Prezlauer Berg, como a Nova Sinagoga, Sophienstrasse (pequena rua característica dos séculos 18/19), Tacheles (prédio invadido, condomínio de artistas, estilo bem "pode crê")

(Neue Synagogue)
(Tacheles)
(Sophienstrasse)
Já pensando em happy-hour, jantar, pubs e afins, e refeito após uma boa chuveirada no hotel, rumei para o Kufursterdam. A máquina fotográfica ficou no hotel, apenas o celular pra ficar
um pouco livre da neurose da captura do momento a momento. Até porque, salvo algumas
embaixadas, já fotografadas pela manhã, o destaque da região é o consumo, difícil citar uma marca que não tenha loja por aqui. E onde fica também a (Ka De We), templo do consumo, onde em seis andares se encontra de tudo,inclusive um andar dedicado a gastronomia, onde se
pode experimentar (pagando, claro) de tudo em termos de bebidas e iguarias,consumindo por lá, ou levando para casa.

Quando tive a experiência daquela mesa multicultural em Lisboa, me foi sugerido, além da extensa variedade de salsichões e seus molhos, que eu provasse um schnitzel (porco à milanesa tradicionalmente austríaco), prato muito apreciado em Berlim. Então depois de umas boas
cervejas numa mesa de praça, apreciando o movimento humano sob o sol das 20h30, fui batendo perna olhando e buscando um lugar que me proporcionaria a experiência do schnitzel).
O prato retagular, é algo como 30cmx20cm, a carne extremamente macia, acompanhado de batatas e limão, não precisa dizer que nessa noite, excepcionalmente declinei qualquer sobremesa. Daí em diante foi questão de ir de pub em pub, ouvir os mais diversos sons, alguns com pista de dança e música ao vivo, outros com DJ, e
finalmente onde uma banda de jazz e um DJ interagiam.

De repente o céu começou a clarear, e fiquei impressionado como em Berlin, em noite de balada o tempo voa, na verdade apenas quatro da manhã, assim é fácil chegar em casa com o dia claro!
Aproveitei para encerrar o expediente, que começou muito cedo.

domingo, 19 de junho de 2011

MAIS BERLIM + THE WALL (quinta 16'JUN)


Se na véspera minhas caminhadas me levaram à Ilha dos Museus, Berlin DOM, à Torre de TV e Alexander Platz, resolvi ir na direção oposta para ver de perto os Portões de Brandenburgo e adjacências.


Os Portões de Brandenburgo são o único portal remanescente de vários que demarcavam as entradas de Berlin, a estátua que inicialmente representava a Paz, foi levada por Napoleão durante a dominação francesa, e quando foi reinstalada, voltou simbolizando a Vitória.














A estrutura compõe o conjunto arquitetônico da Praiser Platz de um lado, e ao atravessá-lo avista-se o Palácio da República com sua moderna cúpula de vidro (a original foi incendiada antes da tomada do poder pelos nazistas).

Outros prédios de governo chamam atenção, além da estação de Hauptbanhof, uma das que integra linhas de trem, metro subterrâneo e metro de superfície. A cidade é muito bem dotada de transporte, e conta ainda com ônibus, e ônibus sobre trilho.









A primeira visão, entretanto, fica para a Siegsseule, estátua dourada no topo de uma coluna também com detalhes em ouro, no coração da avenida principal que leva aos Portões de Brandenburgo e corta o Tiergarten, imensa área verde, que nesta época do ano mostra ainda mais o seu verde.











A Siegsseule é aquela mesmo do filme do Wim Wenders, não só isso, é onde ocorre a queima de fogos na virada do ano, a Love Parade quando era realizada em Berlin, a Berlin Gay Pride, protestos de defensores da natureza, dos direitos humanos - ou seja - para celebrar ou protestar, o lugar é sob as asas da deusa da vitória.











Completando os 180° de visão a partir da travessia dos portões, finalmente chega-se ao Memorial dos judeus mortos na Europa durante a 2ª Guerra Mundial, um labirinto de blocos de concreto, assimétricos e dispostos numa superfície ondulada, dá uma sensação de instabilidade apesar da força dos elementos utilizados. No subsolo uma exposição documental em texto, audio e vídeo, a respeito da vítimas do massacre, das famílias que foram separados, passear entre os blocos pode até render fotos interessantes, se interar do conteúdo exposto no nível inferior, gera reflexão.





































Passando pelo memorial e distanciando mais dos Portões, chega-se a Postdamer Platz, área que foi em boa parte demolida para a passagem do muro - hoje abriga teatros, a Filarmônica de Berlim, cinemas e prédios modernos como o Sony Center.











ROGER WATERS - THE WALL LIVE IN BERLIM
Quando planejava a vinda a Berlim, fiquei sabendo da realização do concerto, e se estaria numa cidade que uma vez foi cortada por um muro, e que receberia o espetáculo com esse nome, não via outra alternativa a não ser me obstinar por um ingresso.

A O2 World é um espaço de multi-funções para eventos musicais e esportivos, possui uma acústica sensacional. Isso somado ao nível técnico da produção, tornou a noite bem especial.

O concerto começa com o palco aberto e um muro em construção. No início, um telão central exibia fotos de vítimas de diversos massacres e depois a ficha do indivíduo, com nome, nacionalidade, profissão e local de falecimento, após isso, a foto migrava para um dos tijolos do muro, até repletá-lo com fotos.

Nessa versão atualizada, são citadas vítimas mais recentes, uma delas foi Jean Charles, o brasileiro baleado na estação do metrô em Londres.

Á medida que o espetáculo se desenvolve, o muro vai sendo completado até o fim do primeiro ato, e obviamente é apoteoticamente derrubado no gran finale. Além de muitas projeções no paredão, há performances de bonecos gigantescos e o porco voador.


O espetáculo é lindo e intenso, a satisfação foi tanta, que resolvi deixar qualquer balada para a noite seguinte, já partindo direto para garantir um jantar àquela altura da noite, considerando que passavam das 22h30.
Acabei me satisfazendo com um "Dönner", aquele sanduíche árabe que a carne fica rodando enquanto é laminada.

Vejam a ironia, todo preocupado com a E.coli, pedi meu prato "with no vegetables", assim afastaria o risco, entretanto o cara que enrolou o sanduba, o fez com a mesma mão que pegou meu dinheiro, deu meu troco, e sem luva - ou seja: fé em Deus, pé na Terra e cabeça nas nuvens, tudo simultâneo se possível.




quarta-feira, 15 de junho de 2011

CONHECENDO A CIDADE (quarta 15'JUN)





Neste primeiro dia resolvi não me desesperar e me enfurnar em ônibus de turismo ou museu, e aqui há vários de cada espécie.

Decidi explorar com calma, os principais pontos nas proximidades do hotel, assim bati perna pelo cruzamento da Unter den Linen com a Friendistrasse, isso inclui a Berlin Dom (catedral protestante), a ilha dos museus, Alexander Platz e seu relógio que marca as horas de cidades no mundo inteiro, Bebelplatz e a cúpula da Igreja de Santa Edwiges, Gendamenmarket e a Konzerthaus, e o portão de Bradenburgo, esse ainda sem foto, pois cheguei lá durante uma corrida, afinal sem comer salada e com as tentações do café da manhã nos hotéis e almoçando e jantando "fora" todo dia...
(Berlin Dom)
(National Galerie)

(Igreja de Santa Edwiges)


(Konzerthaus)

(Fernsehturm)

Apesar da concentração de monumentos e praças públicas, o Mitte ainda surpreende com alguns recantos, com pequenos bosques ou prédios residenciais modernos de diferentes fachadas em mosaico....

Destaque para a hora do rush, e a harmonia entre carros e bicicletas....


O sol vai até as 22h, o que confunde muito, você tá na rua batendo perna, e quando escurece, geralmente já passou da hora do jantar. Acatando a dica de um dos guias que consultei para planejar as férias em Berlin, fui conhecer o "White Trash Fast Food", o que pelo nome já em inglês, tem tudo para ser um bar caricato do padrão americano, mas na verdade o bar é descontraído, nome em inglês, na fachada escrito em estilo balinês, com leões e dragões na porta, uma galera meio louca e uma jukebox...














outras fotos: