domingo, 19 de junho de 2011

MAIS BERLIM + THE WALL (quinta 16'JUN)


Se na véspera minhas caminhadas me levaram à Ilha dos Museus, Berlin DOM, à Torre de TV e Alexander Platz, resolvi ir na direção oposta para ver de perto os Portões de Brandenburgo e adjacências.


Os Portões de Brandenburgo são o único portal remanescente de vários que demarcavam as entradas de Berlin, a estátua que inicialmente representava a Paz, foi levada por Napoleão durante a dominação francesa, e quando foi reinstalada, voltou simbolizando a Vitória.














A estrutura compõe o conjunto arquitetônico da Praiser Platz de um lado, e ao atravessá-lo avista-se o Palácio da República com sua moderna cúpula de vidro (a original foi incendiada antes da tomada do poder pelos nazistas).

Outros prédios de governo chamam atenção, além da estação de Hauptbanhof, uma das que integra linhas de trem, metro subterrâneo e metro de superfície. A cidade é muito bem dotada de transporte, e conta ainda com ônibus, e ônibus sobre trilho.









A primeira visão, entretanto, fica para a Siegsseule, estátua dourada no topo de uma coluna também com detalhes em ouro, no coração da avenida principal que leva aos Portões de Brandenburgo e corta o Tiergarten, imensa área verde, que nesta época do ano mostra ainda mais o seu verde.











A Siegsseule é aquela mesmo do filme do Wim Wenders, não só isso, é onde ocorre a queima de fogos na virada do ano, a Love Parade quando era realizada em Berlin, a Berlin Gay Pride, protestos de defensores da natureza, dos direitos humanos - ou seja - para celebrar ou protestar, o lugar é sob as asas da deusa da vitória.











Completando os 180° de visão a partir da travessia dos portões, finalmente chega-se ao Memorial dos judeus mortos na Europa durante a 2ª Guerra Mundial, um labirinto de blocos de concreto, assimétricos e dispostos numa superfície ondulada, dá uma sensação de instabilidade apesar da força dos elementos utilizados. No subsolo uma exposição documental em texto, audio e vídeo, a respeito da vítimas do massacre, das famílias que foram separados, passear entre os blocos pode até render fotos interessantes, se interar do conteúdo exposto no nível inferior, gera reflexão.





































Passando pelo memorial e distanciando mais dos Portões, chega-se a Postdamer Platz, área que foi em boa parte demolida para a passagem do muro - hoje abriga teatros, a Filarmônica de Berlim, cinemas e prédios modernos como o Sony Center.











ROGER WATERS - THE WALL LIVE IN BERLIM
Quando planejava a vinda a Berlim, fiquei sabendo da realização do concerto, e se estaria numa cidade que uma vez foi cortada por um muro, e que receberia o espetáculo com esse nome, não via outra alternativa a não ser me obstinar por um ingresso.

A O2 World é um espaço de multi-funções para eventos musicais e esportivos, possui uma acústica sensacional. Isso somado ao nível técnico da produção, tornou a noite bem especial.

O concerto começa com o palco aberto e um muro em construção. No início, um telão central exibia fotos de vítimas de diversos massacres e depois a ficha do indivíduo, com nome, nacionalidade, profissão e local de falecimento, após isso, a foto migrava para um dos tijolos do muro, até repletá-lo com fotos.

Nessa versão atualizada, são citadas vítimas mais recentes, uma delas foi Jean Charles, o brasileiro baleado na estação do metrô em Londres.

Á medida que o espetáculo se desenvolve, o muro vai sendo completado até o fim do primeiro ato, e obviamente é apoteoticamente derrubado no gran finale. Além de muitas projeções no paredão, há performances de bonecos gigantescos e o porco voador.


O espetáculo é lindo e intenso, a satisfação foi tanta, que resolvi deixar qualquer balada para a noite seguinte, já partindo direto para garantir um jantar àquela altura da noite, considerando que passavam das 22h30.
Acabei me satisfazendo com um "Dönner", aquele sanduíche árabe que a carne fica rodando enquanto é laminada.

Vejam a ironia, todo preocupado com a E.coli, pedi meu prato "with no vegetables", assim afastaria o risco, entretanto o cara que enrolou o sanduba, o fez com a mesma mão que pegou meu dinheiro, deu meu troco, e sem luva - ou seja: fé em Deus, pé na Terra e cabeça nas nuvens, tudo simultâneo se possível.




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